sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Palestina e o seu arsenal bélico


Militantes palestinos usam estilingues contra a polícia de fronteira israelense durante um protesto contra a construção de um muro de separação em Bilin, próximo a Ramallah.

Sim, eles são perigosos. Lagartixas e besouros cuidado, vocês correm risco de tomar uma "pedra" perdida.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Um desafio para o futuro

Por Gabriel Puricelli e Lucia Alvarez (*)

Desde que soube da convocatória para este novo referendo, a imprensa internacional insistiu em dizer que estávamos frente a uma eleição entre democracia e autoritarismo. A fórmula é conhecida e falaciosa. Há reeleições indefinidas em sistemas com altíssima concentração de poder no primeiro ministro e férrea disciplina de partido como Canadá, Reino Unido ou Austrália. Também funciona em regimes verdadeiramente autoritários e repressivos, alguns dos quais aliados estratégicos dos EUA, como o Egito, e esses se mantêm no poder por anos, sem que isso leve a um questionamento de sua classe dirigente.

Uma recontagem dos dez anos do governo bolivariano dá, ao contrário, um indício de sua vocação democrática. Chávez lidou com os embates e resistências da direita mantendo-se sempre dentro dos marcos institucionais e sua única derrota eleitoral foi reconhecida imediatamente, apesar da ínfima diferença que existiu entre o Sim e o Não à proposta de reforma constitucional, que significou um enorme reforço a sua legitimidade em nível nacional e internacional. Em troca, a oposição optou, até a reeleição presidencial de dezembro de 2006 apenas pelo caminho da violência e do enfrentamento. O golpe de estado de 2002, o "paro" petroleiro que deixou o país desabastecido por três meses e a abstenção na eleição parlamentar em 2005 são apenas alguns exemplos.

É certo, contudo, que hoje as condições já não são essas. A situação na Venezuela é muito diferente da da Bolívia e do Equador, países onde também estão sendo impulsionadas refundações políticas mediante reformas constitucionais. Chávez já não lida com a falta de base parlamentar própria, como Rafael Correa, ou com o desafio de uma direita golpista e secessionista, como Evo Morales. Nada o condiciona suficientemente senão para destinar energias em outro sentido que não seja o processo de mudança. A ênfase em manter Chávez para continuar a epopéia transformadora se trata talvez de uma subestimação do próprio processo.

O problema parece ser, então, que este novo intento de impulsionar a reeleição indefinida não faz mais do que reforçar um modelo de planificação estatal contrário ao que a revolução bolivariana determina em suas premissas. Em vez de buscar e armar possíveis candidatos que permitam alternativa, aposta-se numa crescente centralização. Em vez de outorgar ferramentas para o bom funcionamento dos conselhos comunais, as mesas técnicas de água e todas aquelas “instituições” da democratização que hoje têm problemas por conta das travas da burocracia ineficiente – e muitas vezes corrupta -, robustece os mecanismos de um Estado que não se alterou tanto e que permanece contudo um pouco imune ao processo de mudança.

O resultado desta eleição abre por isso uma pergunta e um desafio para o futuro da Venezuela, num contexto de crise internacional aguda e de baixa substantiva do preço de sua principal receita, o petróleo. Esta conjuntura hoje pode alimentar a dependência do Partido Socialista Unido da Venezuela de Chávez, com o risco de desgaste frente a um eleitorado que já mostrou em 2007 não ser incondicional. Ou pode, ao contrário, fortalecer o laço com as bases sociais que a sustentam, acentuando-se assim o processo de democratização e de redistribuição social, e tornando as mudanças que o país vive hoje menos reversíveis.

(*) Membros do Programa de Política Internacional e do Laboratório de Políticas Públicas

domingo, 8 de fevereiro de 2009

XENOFOBIA MUNDIAL... E NADA ACONTECE


Por Thiago Ermano
O termo XENOFOBIA já é velho conhecido de todos. Há décadas é comumente associá-lo a aversão a outras raças e culturas. Atualmente é crescente a onda que afeta o mundo. Com a crise econômica mundial a coisa vêm ganhando proporções preocupantes e contraditórias. E nada acontece.

Barack Hussein Obama foi eleito pelo mundo como o primeiro negro a "administrar" a maior potência econômica mundial, mas os maericanos não toleram imigrantes que trabalham em seus países. É nesse momento de crise que mostra a verdadeira face do capitalismo.
O mundo acompanhou com consternação os protestos de trabalhadores ingleses contra os "concorrentes" portugueses e italianos que trabalhavam na Grã-Bretanha. Se essa atitude salva o emprego de alguém, não há certeza nisso.
Segundo o representante e relator da ONU para os Direitos Humanos dos Migrantes, Jorge Bustamante, a insegurança econômica provocará um aumento da xenofobia e do sentimento antimigratório. "A síndrome nos países de alta imigração é que os migrantes são o bode expiatório da crise, e por isso aumenta a animosidade contra eles", defendeu.

Ele ressaltou que o "ódio em relação ao estrangeiro" é algo que já ocorreu em muitos países com conseqüências violentas, como na Alemanha, na França e na Espanha. Esse tipo de xenofobia não acontece por geração espontânea, mas tem motivações sociais.

LATINOS SOFREM MAIS

Ações políticas, como o pacto sobre a imigração aprovado pelo Parlamento Europeu, sugerem a idéia de xenofobia e racismo. Em apenas seis meses, imigrantes que tentavam entrar no continente, foram barrados (sem motivos delcarados e aparentes, na sua maioria.

A Itália, de Silvio Berlusconi, chegou a delcarar estado de emergência por causa dos clandestinos que vivem no País. Para o governo italiano, o aumento da delinguência é culpa dos imigrantes. Alguns negros foram mortos covardemente! E de novo, nada acontece.

Talvez o medo e aversão sentida por europeus e americanos do Norte nada mais seja do que a insegurança doentia que é carregada dentro da cada um, no decorrer da história brutal da humanidade, sofrida há séculos -- os latinos forem mais.

Na Espanha, são os latinos (novamente) os barrados na alfândega. Nós, brasileiros, somos vistos como nada! O governo brasileiro cria mecanismos de retaliação muito abaixo dos que os espanhóis usam. E novamente, nada acontece.

ORIENTE MÉDIO

Não é apenas na Europa e Estados Unidos que a aversão a estrangeiros está presente. A ONG brasileira de direitos humanos Safernet denúncia: a xenofobia no site de relacionamentos Orkut cresceu mais de 150% no segundo semestre de 2008, na comparação com os seis primeiros meses do ano. Nos seis primeiros meses de 2008 foram recebidos pela entidade 706 denúncias de xenofobia, contra 1876 no último semestre do ano -- correspondente a um aumento de 165%...

E os povos do Oriente Médio sofrem esse ódio, sem sentido algum, na rede brasileira. O mais incrível é saber que esses números se devem ao aumento das tensões no Oriente Médio, culminado pela guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.

E NADA ACONTECE...

Americanos comemoram um presidente negro; os europeus criar a exclusão do humanismo, barram latinos e africanos; brasileiros espalham e pregam na rede mundial o ódio na rede mundial...

Há os que tentam minimizar fatos como esses como "isolados", tentando esconder embaixo do tapete uma corrente contínua de força, à caminho da xenofobia como forma de protecionismo. O mundo está desamparado de si mesmo. Contradições que devem ser repensadas e rediscutidas -- com ricos e pobres. Todos estamos afundando, e pior, no mesmo barco.