segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O Quintal Tem Dono - Parte 1

Como a “nova” América Latina mudou a visão desgastada do continente historicamente governado pelas oligarquias

Um quintal de experiências, onde a aspiração da minoria se sobressaiu por anos. Das inúmeras formas de opressão vividas, talvez a pior fosse o “fundamentalismo de livre mercado”. A América Latina de hoje não vive de tubos, drogas ou trapézios como ratos de laboratório, mas sim de uma nova visão: o rumo, a uma inédita posição no globo, tomado pelas políticas sociais avaliadas pelos eleitores.

No topo dessa evolução (questionados ou não) seguem: Brasil, Bolívia, Chile, Equador e Venezuela. Eleições, referendos e índices históricos de popularidade marcam esses países. Vindos de partidos catalogados como oposição, os governantes, projetam um novo aspecto econômico e social para suas regiões.
Alguns podem ser considerados, por praticarem o chamado “Socialismo do Século XXI”, radicais. Outros, igualmente emergidos de partidos de esquerda, concentram suas principais forças em um modelo de governo intitulado “Esquerda Responsável”.

Na ponta dessa última está Luiz Inácio Lula da Silva. Eleito em 2002, Lula, antecipou à mídia e à população em sua famosa Carta aos Brasileiros, o modelo de gestão que seria adotado por ele e sua equipe na condução econômica brasileira. Baseado em uma política economicamente ortodoxa, visou o crescimento do PIB, o incentivo dos investimentos estrangeiros no Brasil, a auto-suficiência petrolífera e a quitação da dívida externa.

Apesar de uma reeleição não tão fácil, o governo se consolidou por uma política de busca mais efetiva da justiça social, cujas diferenças continuam a diminuir suavemente. Os programas criados buscam a erradicação da fome e da pobreza (Fome Zero e Bolsa Família), juntamente da inclusão educacional dos estudos do país ao ensino superior (Programa Universidade Para Todos - Prouni). O presidente salda hoje com 68% de aprovação nacional.

O ex-metalúrgico e um dos principais líderes mundiais, caminha com a especulação de um terceiro mandato, algo inédito na recente democracia brasileira. Alguns quilômetros e anos de distância separam o ineditismo brasileiro do chileno.